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Apontamentos:

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução: Eni P. Orlandi et al. 4.ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.

Aparelhos ideológicos

p.145- "é pela instalação dos aparelhos ideológicos de Estado, nos quais essa ideologia [a ideologia da classe dominante] e se realiza, que ela se torna dominante..."

p. 145 - (...) o que significa que os aparelhos ideológicos de Estado constituem, simultânea e contrariamente, o lugar e as condições ideológicas da transformação das relações de produção(...). p. 147- O aspecto ideológico da luta para transformação das relações de produção(...) novas relações de desigualdade-subordinação.

p.145 - (...)todos os aparelhos ideológicos de Estado contribuem de maneira igual para a reprodução das relações de produção e para sua tranformação.

p. 145 "...este estabelecimento {dos aparelhos ideológicos de Estado} não se dá (...) das relações de produção (isto é, da revolução, no sentido marxista-leninista).

Aparelhos Ideológicos de Estado e Ideologia

p.144 - "pretendemos, ao adotar o termo aparelha ideológica de Estado, destacar vários aspectos que nos parecem decisivos (além de evocar, evidentemente, o fato de que as ideologias não são feitas de idéias mas de práticas):
(...) a Ideologia não se reproduz sob a forma geral de um Zeitgeist é, o espírito do tempo, a “mentalidade” da época, os costumes de pensamento”, etc.) que se imporia de maneira igual e homogênea à "sociedade”, como espaço anterior à luta de classes: “Os aparelhos ideológicos de Estado não são a realização da Ideologia em geral."

 

Condições ideológicas da reprodução/transformação das relações de produção

p. 145 - "Podemos, de agora em diante, dar mais um passo no estudo das condições ideológicas da reprodução/transformação das relações de produção dizendo que essas condições contraditórias são constituídas, em um momento histórico dado, e para uma formação social dada, pelo conjunto complexo dos aparelhos ideológicos de Estado que essa formação social comporta. Digamos 'bem, conjunto complexo, isto é, com relações de contradição-desigualdade-subordinação entre seus “elementos”, e não una simples lista de elementos: na verdade, seria absurdo pensar que, numa conjuntura dada, todos os aparelhos ideológicos de Estado contribuem de maneira igual para a reprodução das relações de produção e para sua transformação. De fato, suas propriedades “regionais" - sua especialização “evidente” na religião, no conhecimento, na política, etc. - condicionam sua importância relativa (a desigualdade de suas relações) no interior do conjunto dos aparelhos ideológicos de Estado, e isso em função do estado da luta de classes na formação social considerada."

Dominação da ideologia pela classe dominante

p. 146 - "A dominação da ideologia (da classe) dominante, que é caracterizada, no nível ideológico“, pelo fato de que a reprodução das relações de produção “subjuga” sua transformação (opõe-se a ela, a freia ou a impede, conforme os casos), corresponde, pois, menos à manutenção do idêntico de cada “região” ideológica considerada em si mesma do que a reprodução das relações de desigualdade-subordinação entre essas regiões (com seus “objetos” e as práticas no interior das quais eles estão inscritos): foi a esse respeito que L. Althusser pôde adiantar a tese aparentemente escandalosa segundo a qual o conjunto dos aparelhos ideológicos de Estado da formação social capitalista conteria também os sindicatos e os partidos políticos (sem especificações posteriores; na verdade, o que ele estava designando dessa forma era a função atribuída aos partidos políticos e aos sindicatos no interior do complexo dos aparelhos ideológicos de Estado sob (: dominação da ideologia ( da classe) dominante, a saber: a função subordinada, mas inevitável e, como tal, “necessária”, pela qual a classe dominante assegura o “contato” e o “diálogo” com o adversário de classe, isto é, o proletariado e seus aliados, função com a qual uma organização do proletariado não pode, evidentemente, e como tal, coincidir).

Fenômenos Linguísticos

p. 90 - Enumeraremos as pistas (...) / p. 90Digamos, para sermos breves, que estes fenômenos linguísticos(...)

 

Formação discursiva

p. 160 - Chamaremos, então, formação discursiva aquilo que, (...) o que pode e deve se dito.

p. 146 - "Compreende-se, então, por que em sua marginalidade concreta, a instância ideológica existe sob a forma de formações ideológicas (referidas aos aparelhos ideológicos de Estado), que,“ao mesmo tempo“, possuem um caráter “regional” e comportam posições de classe: os “objetos” ideológicos são sempre fornecidos ao mesmo tempo que a “maneira de se servir deles” - seu “sentido”, isto é, sua orientação, ou seja, os interesses de classe aos quais eles servem -, o que se pode comentar dizendo que as ideologias práticas são práticas de classes (de luta de classes) na Ideologia. Isso equivale a dizer que não há, na luta ideológica (bem como nas outras formas da luta de classes), “posições de classe" que existam de modo abstrato e que seja?: então aplicadas aos diferentes “objetos” ideológicos regionais das situações concretas, na Escola, na Família, etc. É aí, na verdade, que o vínculo contraditório entre reprodução e transformação das relações de produção se liga ao nível ideológico,, na medida em que não são os “objetos” ideológicos regionais tomados um a um, mesmas sim o próprio desmembramento em regiões (Deus, a Moral, a Lei, a Justiça, a Família, o Saber, etc.) e “as relações de desigualdade-subordinação entre essas regiões que constituem "a Cena ideológica de classes. Idealismo

p. 163 - Compreende-se, pois, que o idealismo não é (...) representado por um sujeito.

Ideologia

p. 151-152 - O conceito de Ideologia em geral aparece, assim, muito especificamente (...) sujeito da história, negação da negação etc.

Ideologia

p.151- O conceito de Ideologia em geral aparece, assim, muito (...), mas "nas quais se constitui o sujeito"./ p. 160 - É a ideologia que fornece as evidências pelas quais (...) o caráter material do sentido das palavras e dos enunciados.

p. 130 – A ideologia não se reproduz sob a forma geral de um Zeitgeist (isto é, o espírito do tempo, a “mentalidade” da época, os “costumes de pensamento” etc.) que se imporia de maneira igual e homogênea à “sociedade”, como espaço anterior à luta de classes: “os aparelhos ideológicos de Estado não são a realização da Ideologia em geral…”.

p.93 - Diremos que as contradições ideológicas que se desenvolvem através da unidade da língua são constituídas pelas relações contraditórias que mantem, necessariamente, entre si os processos discursivos, na medida em que se inscrevem em relações ideológicas de classes.

 

Ideologia e Materialidade

p.144 - (...) as ideologias não são feitas de 'ideias', mas de práticas (...).

 

Indiferença da Língua

p.92 Com base na terminologia empregada (....) de todo processo discursivo se inscreve numa relação ideológica de classes.

 

Instrumento de Comunicação

p. 83 - o que leva a pensar que o instrumento de comunicação deve ser tomada (...) da comunicação de um sentido.

Luta de classes ideológica

p . 144 - "... nem mesmo a realização sem conflitos da ideologia (...) a concepção da Ideologia como Zeitgeist.

 

Materialismo Histórico

p.83 - "Filosofia materialista (marxista-leninista) contém “justamente o que é preciso” à Linguística para resolver seus problemas. Uma vez mais, trata-se de chamar a Linguística para fora de seu domínio, de explora-la em proveito de uma filosofia, e o fato de que ela seja materialista não vai mudar nada. Em nome do materialismo, vão-se impor proibições à Linguística, classificar os enunciados em “científicos" ou em “ideológicos' e refazer as línguas a partir da oposição entre noção e conceito. Realmente, uma grande solução!...”

Objeto

p. 95 - Um objeto é tudo que (...) contém lugar vazio.

Objeto da Linguística

p. 81- Todo sistema linguístico, enquanto conjunto de (...) , precisamente o objeto da linguística.

Pré-construído

p. 88-89 – Deveríamos, então, declarar como absurda e desprovida de qualquer sentido uma frase como: “aquele que salvou o mundo morrendo na cruz nunca existiu”, na qual o discurso do ateísmo militante nega, na “proposição em seu todo”, a existência daquele mesmo que ele pressupõe como existente na subordinada? Não deveríamos, ao invés disso, considerar que há separação, distância ou discrepância na frase entre o que é pensado antes, em outro lugar ou independentemente, e o que está contido na afirmação global da frase?

p.89- (...) "pré-construído" para designar o que remete a uma construção anterior, exterior, mas sempre independente, em oposição ao que é "construído" pelo enunciado. /p. 89- "pré-construído, isto é, como se esse elemento já se encontrasse aí. (...) conteúdos de pensamento fora da linguagem (...) sob a forma de discurso. p.93 - (...) aproximação do problema do pré-construído destacando, como uma sua característica essencial, a separação fundamental entre o pensamento e o objeto do pensamento(...) pré-existe ao sujeito.

p. 99 - Foi isso que levou P. Hanry a propor o termo pré-construído (...) / p. 99 - Trata-se, em suma, do efeito discursivo ligado ao encaixe sintático.
p. 99 - Trata-se, [...] do efeito discursivo ligado ao encaixe sintático.p. 93 – Concluiremos esta primeira aproximação do problema do pré-construído destacando, como uma sua característica essencial, a separação fundamental entre o pensamento e o objeto de pensamento, com a pré-existência deste último, marcada pelo que chamamos uma discrepância entre dois domínios de pensamento, de tal modo que o sujeito encontra um desses domínios como o impensado de seu pensamento, impensado este que, necessariamente, pré-existe ao sujeito. É o que Frege exprime ao dizer que “um nome de objeto, um nome próprio, não pode absolutamente ser usado como um predicado gramatical”.

p. 102 - Concluiremos esta primeira aproximação (...) / p.102 - impensado este que, necessariamente pré-existe ao sujeito.

Pré-construído, forma-sujeito

p. 147 – “[…]o ‘pré-construído’ corresponde ao ‘sempre-já-aí’ da interpelação ideológica que fornece-impõe a ‘realidade’ e seu ‘sentido’ sob a forma da universalidade (o ‘mundo das coisas’), ao passo que a ‘articulação’ constitui o sujeito em sua relação com o sentido, de modo que ela representa, no interdiscurso, aquilo que determina a dominação da forma-sujeito.

 

Processo discursivo, Linguística

p. 81-82 – Ao opor base linguística e processo discursivo, inicialmente estamos pretendendo destacar que, como foi apontado recentemente por P. Henry, todo sistema linguístico, enquanto conjunto de estruturas fonológicas, morfológicas e sintáticas, é dotado de uma autonomia relativa que o submete a leis internas, as quais constituem, precisamente, o

Objeto da Linguística
É, pois, sobre a base dessas leis internas que se desenvolvem os processos discursivos, e não enquanto expressão de um puro pensamento, de uma pura atividade cognitiva etc., que utilizaria “acidentalmente” os sistemas linguísticos.

 

Semântica

p.18 - [...] semântica é um ramo da linguística [...]

 

Semiologia

p.12 [...] a língua é um sistema de signos [...]

 

Sistema da Língua

p.91 - "(...) o sistema da língua é, de fato,
o mesmo para o materialista e para o idealista, para o revolucionário e para o reacionário, para aquele que dispõe de um conhecimento dado e para aquele que não dispõe desse conhecimento.
Entretanto, não se pode concluir, a partir disso, que esses diversos personagens tenham o mesmo discurso: a língua se apresenta, assim, como a base comum de processos discursivos diferenciados, que estão compreendidos nela na medida em que, como mostramos mais acima, os processos ideológicos simulam os processos científicos. Vamos nos deter um pouco na distinção língua/discurso, para explicitar sua significação."

 

Sujeito

p. 155- O que oculta essa evidência, como vemos agora, é o ato de que o sujeito (...) de distribuição -verificação das identidades.

 

Sujeito e Ideologia

p.133 - " (...) a ideologia interpela os indivíduos em sujeito: '(...) o individuo é interpelado como sujeito (livre) para livremente submeter-se às ordens do Sujeito, para aceitar, portanto (livremente) sua submissão"

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