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Apontamentos:

ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso: princípios & procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2009.

Análise de Discurso

p. 25 – “[…]A Análise de Discurso que teoriza a interpretação, isto é, que coloca a interpretação em questão[…]”.

p. 26 - a Análise de Discurso visa a compreensão (...) que relacionam sujeito e sentido.

p. 26 – A Análise de Discurso visa fazer compreender como os objetos simbólicos produzem sentidos, analisando assim os próprios gestos de interpretação que ela considera como atos no domínio simbólico, pois eles intervêm no real do sentido. A Análise do Discurso não estaciona na interpretação, trabalha seus limites, seus mecanismos, como parte dos processos de significação. Também não procura um sentido verdadeiro através de uma “chave” de interpretação. Não há esta chave, há método, há construção de um dispositivo teórico. Não há uma verdade oculta atrás do texto. Há gestos de interpretação que o constituem e que o analista, com seu dispositivo, deve ser capaz de compreender.

 

Análise do Discurso, Linguagem

p. 25 – A proposta intelectual em que se situa a Análise de Discurso é marcada pelo fato de que a noção de leitura é posta em suspenso. Tendo como fundamental a questão do sentido, a Análise de Discurso se constitui no espaço em que a Linguística tem a ver com a Filosofia e com as Ciências Sociais. Em outras palavras, na perspectiva discursiva, a linguagem é linguagem porque faz sentido. E a linguagem só faz sentido porque se inscreve na história.

 

Campos do conhecimento para AD

p.25 - "Canguilhen (1980) - a Análise de  Discurso reúne três regiões de conhecimento em suas articulações contraditórias: a. a teoria da sintaxe e da enunciação;
b. a teoria da ideologia e c. a teoria do discurso que é a
determinação histórica dos processos de significação. Tudo isso
atravessado por uma teoria do sujeito de natureza psicanalítica."

 

Conjectura Intelectual da AD

p.25 - "Tendo como fundamental a questão do sentido, a
Análise de Discurso se constitui no espaço em que a Linguística
tem a ver com a Filosofia e com as Ciências Sociais. Em outras
palavras, na perspectiva discursiva, a linguagem e linguagem
porque faz sentido. E a linguagem só faz sentido porque se
inscreve na história."

 

Dispositivo Teórico

p.25 - "Nessa conjuntura, toda leitura precisa de um artefato teórico
para que se efetue: Althusser escreve sobre a leitura de Marx,
Lacan propõe uma leitura de Freud que é um aprofundamento
na filiação da Psicanálise, Barthes considera a leitura como
escritura, Foucault propõe a sua arqueologiaA leitura mostra-
se como não transparente, articulando-se em dispositivos
teóricos (E. Orlandi, 1996)."

 

Esquecimento

p.32- (...)podemos distinguir duas formas de esquecimento no discurso. (...)/p.33 O esquecimento número dois(...)que indicam que o nosso dizer sempre podia ser outro. (...) O outro esquecimento é o esquecimento número um(...)e resulta do modo pelo qual somos afetados pela ideologia.

Esquecimento Ideológico

p. 35 - esquecimento ideológico: ele também é da instância do (...) sentidos pré-existentes.

Esquecimento número dois

p. 35 – O esquecimento número dois, que é da ordem da enunciação: ao falarmos, o fazemos de uma maneira e não de outra, e, ao longo de nosso dizer, formam-se famílias parafrásticas que indicam que o dizer sempre podia ser outro. […]Este “esquecimento” produz em nós a impressão da realidade do pensamento. Essa impressão, que é denominada ilusão referencial, nos faz acreditar que há uma relação direta entre o pensamento, a linguagem e o mundo, de tal modo que pensamos que o que dizemos só pode ser dito com aquelas palavras e não com outras, que só pode ser assim. Ela estabelece uma relação “natural” entre palavra e coisa. Mas este é um esquecimento parcial, semiconsciente e muitas vezes voltamos sobre ele, recorremos a esta margem de famílias parafrásticas, para melhor especificar o que dizemos. É o chamado esquecimento enunciativo e que atesta que a sintaxe significa: o modo de dizer não é indiferente aos sentidos.

 

Esquecimento número um

p. 35 – “[…]o esquecimento número um, também chamado esquecimento ideológico: ele é da instância do inconsciente e resulta do modo pelo qual somos afetados pela ideologia. Por esse esquecimento temos a ilusão de ser a origem do que dizemos quando, na realidade, retomamos sentidos preexistentes. Esse esquecimento reflete o sonho adâmico: o de estar na inicial absoluta da linguagem, ser o primeiro homem, dizendo as primeiras palavras que significariam apenas e exatamente o que queremos. Na realidade, embora se realizem em nós, os sentidos apenas se representam como originando-se em nós: eles são determinados pela maneira como nos inscrevemos na língua e na história e é por isto que significam e não pela nossa vontade.

 

Historicidade do texto

p.113 - trata-se de compreender como a matéria textual produz sentidos.

Interdiscurso

p.30- O fato de que um já-dito que sustenta a possibilidade mesma de todo dizer(...). A observação do interdiscurso(...)mostrando seus compromissos políticos ideológicos./ p. 30- Disso se deduz que há uma relação entre o já-dito e o que se está dizendo que é a que existem entre o interdiscurso e o intradiscurso (...)em uma estratificação de enunciados que, em seu conjunto, representa o dizível. p.31 - O interdiscurso é todo o conjunto de formulações feitas e já esquecidas que determinam o que dizemos.

 

Interdiscurso

p. 33 - O interdiscurso é todo (...) elas já façam sentido.

Memória, Memória Discursiva, Interdiscurso, pré-construído

p. 31 – A memória […]tem suas características, quando pensada em relação ao discurso. E, nessa perspectiva, ela é tratada como interdiscurso. Este é definido como aquilo que fala antes, em outro lugar, independentemente. […]é o que chamamos memória discursiva: o saber discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do pré-construído, o já-dito que está na base do dizível, sustentando cada tomada da palavra. O interdiscurso disponibiliza dizeres que afetam o modo como o sujeito significa em uma situação discursiva dada.

 

Paráfrase

p.34(...) Os processos parafrásticos são aqueles pelos quais em todo dizer há sempre algo que se mantém, isto é, o dizível, a memória(...) A paráfrase está do lado da estabilização. p. 36 - (...) a paráfrase é a matriz do sentido, pois não há sentido sem repetição, sem sustentação no saber discursivo.

 

Paráfrase e polissemia

p. 36 – Quando pensamos discursivamente a linguagem, é difícil traçar limites estritos entre o mesmo e o diferente. Daí considerarmos que todo funcionamento da linguagem se assenta na tensão entre processos parafrásticos e processos polissêmicos. Os processos parafrásticos são aqueles pelos quais em todo dizer há sempre algo que se mantém, isto é, o dizível, a memória. A paráfrase representa assim o retorno aos mesmos espaços do dizer. Produzem-se diferentes formulações do mesmo dizer sedimentado. A paráfrase está do lado da estabilização. Ao passo que, na polissemia, o que temos é deslocamento, ruptura de processos de significação. Ela joga com o equívoco.

 

Processos Parafrásicos

p. Os processos parafrásicos são (...) o dizível, a memória.

sentido

p. 42 – “[…]o sentido não existe em si mas já é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-históricos em que as palavras são produzidas. As palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam. Elas ‘tiram’ seu sentido dessas posições, isto é, em relação às formações ideológicas nas quais essas posições se inscrevem.”.

 

Sentido, formações discursivas

p. 44 – Os sentidos não estão assim predeterminados por propriedades da língua. Dependem de relações constituídas nas/pelas formações discursivas. No entanto, é preciso não pensar as formações discursivas como blocos homogêneos funcionando automaticamente. Elas são constituídas pela contradição, são heterogêneas nelas mesmas e suas fronteiras são fluidas, configurando-se e reconfigurando-se continuamente em suas relações.

Texto

p.26 - Não há uma verdade oculta atrás do texto. Há gestos de interprtação que o constituem e que o analista, com seu dispositivo, deve ser capaz de compreender.

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